sábado, outubro 28, 2006

O elevador

O elevador demorou a chegar. Quando a porta se abriu vi grandes sacos de lixo e o faxineiro do prédio com ar de desculpas. Entrei assim mesmo, corajosamente.

Mas outras pessoas também tinham esperado e foram entrando, uma moça magrinha com cara de índia, o rosto marcado, e um casal cinqüentão. A moça estava aflita com o elevador cheio que continuava parando em todos os andares.

“Tá lotado!". Outro homem entrou. Ela empalideceu e começou a dizer que se sentia mal. “Não se preocupe, eu disse, cuidamos de você”. O cinqüentão repetiu minhas palavras: “Sim, cuidamos de você”, me olhando nos olhos.

A moça encosta em mim, desfalecendo. Ele diz: “Deixa eu te ajudar” e se aproxima. O elevador pára no térreo e ele diz para a mulher: “Vou ajudar elas e depois vou procurar o meu remédio na farmácia. Te encontro mais tarde na Janaína”. Ela sai com os outros e pedimos para o faxineiro nos levar de volta ao andar da moça que está suando frio e com a respiração curta.

Quase a carregamos até o apartamento. Ela pede pra eu abrir com a chave que tira da bolsa, trêmula. O homem a segura pela cintura, visivelmente divertido com a situação. Entramos na penumbra do apartamento e nos sentamos os três no sofá. Eu de um lado, ele do outro. Ela, no meio, encosta a cabeça no meu peito e nos agradece. Diz que sente muito sufoco em lugares fechados.

Ele pede pra moça colocar os pés no seu colo e ela solta o chinelo e obedece. Conversamos baixinho sobre medos e porquês. Acaricio sua testa e ele seus pés. Desconhecidos íntimos. Minhas mão massageiam seus ombros. Pergunto se se sente melhor. Ela suspira que sim, muito melhor. Agradece mais uma vez.

Percebo um movimento dos pés da moça no colo dele. Ele se movimenta devagar, roçando seu sexo nos pés que acolhem o membro intumescido sob a calça. Ela suspira. Minhas mãos escorregam dos ombros nus para dentro da regata, buscando os mamilos eretos e sentindo a pele macia. Um tesão jorrando na penumbra do apartamento entre desconhecidos íntimos.

Ela dobra os joelhos e acaricia o homem com a planta dos pés. Ele reclina a cabeça e fecha os olhos. Suspira. Ela geme. Minha mão desce até a sainha de malha, e busca o calor da virilha. Sinto o tecido escorregadio da pequena calcinha e cubro seu sexo com a minha mão ávida. "Deixa?" Ela geme que sim.

Afasto a calcinha pelo lado e tento ver sua buceta depilada. Chamo o homem: “Dá pra você ver?" Ele abre os olhos e avança a mão que estava empurrando os pé dela para senti-los melhor. Nossas mãos se encontram na bucetinha que se abre. Nos atrapalhamos um pouco, mas nossas mãos se entendem numa carícia que flui.

Estamos acalorados. Me levanto, deixando a sua cabeça apoiada numa almofada. Me ajoelho entre os dois e toco o sexo dele, os pés dela. Abro o zíper dele. Estou louca pra segurar o membro rijo. Que momento delicioso, sempre que tiro um pau do esconderijo! Grosso, latejando. O abocanho com vontade. Ele ruge.

Mas também quero ela na minha boca e mantenho a mão no pau enquanto aproximo a boca da xana que ele continua a acariciar. Com a outra mão ele sente o meu corpo, afasta minha blusa, enfia a mão nas minhas calças. Minhas pernas se abrem. Ele tem uma buceta em cada mão. Eu a cheiro, a exploro com meus lábios, minha língua. Nossos cheiro e suores se misturam. Mais tesão-tensão.

Ele força, minha calças para baixo e me puxa pra cima do sofá de quatro. A minha boca não desgruda das carnes da moça que geme, geme. Só quero aquele pau metendo em mim. Mas ele me lambe, me tortura mais um pouco. Estranho enlouquecidos de tesão. Eu imploro, enfia. Ele me enlouquece com a língua. Ela deve querer também. Meto dois dedos nela enquanto a minha boca a devora. Ela geme, geme, geme. Pede pra chupar mais. Sinto as mãos do homem segurando meus quadris. Ai... ele vai me foder. Eu quero. É tudo o que eu quero.

Uma estocada forte. Eu grito e relaxo. Ele se movimenta devagar. O pau duro grosso entrando e saindo da minha buceta que tenta se abrir mais, sentir mais. A moça se agita na minha boca. Parece gozar com gritinhos agudos. Ela se afasta da minha boca e nos deixa mais lugar no sofá.
Eu de quatro, ele me fodendo por trás. Ela enfia a cabeça sob a minha barriga e alcanço sua bunda com as minhas mãos. Quero chupar mais. Foder. Chupar. Ela está sob nossos sexos agitados, participa com a boca no saco, no meu clit.

Calor, secreções, paixão. Não se sabe quem é quem, o que esfrega onde, nem quem goza quando. Os três são um só num abraço molhado e quente. Confusos. Marotos.

Ele levanta e fala: "Preciso ir”. Se veste olhando para nós. Beija a minha xana, beija a dela, abre a porta e se vai.

2 comentários:

Unknown disse...

Seuspequenos contos fazem-me lembrar as vulgares e deliciosas novelas de Emmanuelle Arsan, cuja leitura secreta povoou o meu imaginário de adolescente.

Anônimo disse...

Sofia, seus contos possuem um quente arfar de tesão e revelam uma sensibilidade feminina que oscila entre a mera fantasia imaginada e os desejos realizados, oferecendo a nós leitores momentos bem saborosos!

Pelas datas de publicação vejo que está começando e já sinto vontade de ao entrar aqui poder lê-la novamente.